Incautos

Incautos

Ó pobres almas surdas que vagam pelo mundo
Surdas não pela deficiência da audição
Mas pela negligência de não se aterem à contemplação
De todos os ruídos que os circundam.
Levam uma existência miserável
A correr para lá e para cá recurvos
Como infelizes atormentados na divina comédia
Tal comédia é suas vidas que de divina não tem nada
Chocando-se de frente com as hordas de transeuntes
Nas passarelas, nas faixas, nos corredores de shoppings
Alheios à própria existência nas galerias infernais
Dos templos malditos dedicados ao consumismo
Onde o dinheiro é o Deus adorado
E a frivolidade é o fim a se alcançar
Ó turba incauta a vagar neste deserto
A alimentar ledo engano
Ignorando o sentido arcano deixam o que belo passar
Tua reles sombra neste mundo não é nada comparada ao universo
E aquilo a que te apega, a morte virá ceifar.


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Sobre o autor

“Escrevo pela simples necessidade de sentir meus próprios sentimentos e ouvir meus pensamentos que vagam sem ressonância neste mundo de surdos. Eu escrevo pra tentar compreender a mim mesmo, não para responder questões às quais nunca saberei a resposta.(Roberto Codax)

Roberto Codax. Tecnologia do Blogger.