Transitoriedade


Transitoriedade

Ó velha folha, por que lamentas tua queda inevitável,
Conhecendo o fim te manténs inconsolável,
Não percebes que teu ocaso faz parte do plano
E que resistir é cometer ledo engano?

A primavera já passou, o verão e o inverno inexorável
Ignorastes o que viu apegando-te ao impalpável
Mantivestes a esperança inútil que venceria o destino arcano
Não percebeu que como tu outras mil desvanecem todo ano.

Por teu egoísmo desprezastes a transitoriedade
O desejo de manter-se levou de ti a felicidade
E inconsolada amaldiçoa teu destino

Desconhece que a vida de verdade
É efêmera e sem durabilidade
Companheira do tempo peregrino.

Quando a morte vier



Às vezes penso como seria
Morrer sozinho (como vivo)
E ser encontrado apenas quando
Os vermes já estivessem a devorar-me

Que peso teria minha morte ao mundo?
Quem após minha partida choraria,
Que eu já não tenha feito chorar
Enquanto vivo?

Morrer não difere em nada
Do que vivenciamos no cotidiano
Valoriza-se apenas o que nos falta
Em detrimento do pouco que possuímos

A saúde é preciosa quando já não temos
A liberdade fundamental diante da opressão
O amor inestimável onde impera o ódio
A companhia importante, onde reina a solidão.

Não me entristece o pensar que morrerei,
Incomoda-me é a incerteza do viver
Em busca da última coisa que Pandora fechou na caixa
Após espalhar pelo mundo, as maldições que nela trazia.

A esperança é mais um mal que um bem
Faz semear onde a chuva nunca vem
Jogar o anzol num rio que nada tem
Matar a fome com fruto venenoso quando a fome vem.

 A morte é dolorosa apenas ao que ficam vivos
Aos mortos, incômodo algum traz
Ela iguala todos os homens com seu toque
Deixando fortunas e honras para trás.

Quão estúpido o ser humano
Ao dar-se demasiada importância
Diante de toda a vastidão que o cerca
Efêmera é sua vida, breve a sua lembrança. 

Quando a morte vier



Às vezes penso como seria
Morrer sozinho (como vivo)
E ser encontrado apenas quando
Os vermes já estivessem a devorar-me

Que peso teria minha morte ao mundo?
Quem após minha partida choraria,
Que eu já não tenha feito chorar
Enquanto vivo?

Morrer não difere em nada
Do que vivenciamos no cotidiano
Valoriza-se apenas o que nos falta
Em detrimento do pouco que possuímos

A saúde é preciosa quando já não temos
A liberdade fundamental diante da opressão
O amor inestimável onde impera o ódio
A companhia importante, onde reina a solidão.

Não me entristece o pensar que morrerei,
Incomoda-me é a incerteza do viver
Em busca da última coisa que Pandora fechou na caixa
Após espalhar pelo mundo, as maldições que nela trazia.

A esperança é mais um mal que um bem
Faz semear onde a chuva nunca vem
Jogar o anzol num rio que nada tem
Matar a fome com fruto venenoso quando a fome vem.

 A morte é dolorosa apenas ao que ficam vivos
Aos mortos, incômodo algum traz
Ela iguala todos os homens com seu toque
Deixando fortunas e honras para trás.

Quão estúpido o ser humano
Ao dar-se demasiada importância
Diante de toda a vastidão que o cerca
Efêmera é sua vida, breve a sua lembrança. 

Sobre o autor

“Escrevo pela simples necessidade de sentir meus próprios sentimentos e ouvir meus pensamentos que vagam sem ressonância neste mundo de surdos. Eu escrevo pra tentar compreender a mim mesmo, não para responder questões às quais nunca saberei a resposta.(Roberto Codax)

Roberto Codax. Tecnologia do Blogger.