Ode a Afrodite



Das poucas coisas que prezo por guardar
No pequeno baú de minha memória,
Teu olhar é o tesouro mais valioso,
Embora ele nunca tenha sido voltado para mim!

Mesmo assim procurei captar cada sensação
E em meio ao misticismo disto
Procurei criar o meu próprio conto de fadas.

Eu não sei o que dizer, o que faço estando perdido no teu olhar?
Fujo, pois isso sempre foi o que soube fazer.
E de tal maneira por não conhecer outra saída se não esta
Fujo e me escondo, pois apenas disto se alimenta a minha ilusão.

Tudo agora me passou como um déjà vu...
É como se fosse um sonho esmaecido pela minha mente confusa.
Não serei o herói e não me ouso a ser antagonista,
Do romance que se desenlaça tendo por epílogo um final feliz.

Deixe que tudo o que eu disse simplesmente se apague
Assim como as luzes da trágica peça realista que acabei de representar!
Do que falei tentarei fazer uma poesia.

Pois das letras extraio a seiva que remedia o meu espírito.
E sem isto... Vou me sentir como sempre me imaginei... Vazio!

O Tempo e o Imaterialismo





O vento cria marolas e ondas,
Dissolve a pedra e revolve a areia
Com o tempo.

A mesma ferramenta que esculpe as rochas,
Desfaz o homem e o que ele tem de material.
Desapegue-se dessa casca,
A imagem que se desvencilha diante de ti
Serve-lhe apenas de casulo.

Cultive seus princípios e alimente o seu espírito,
As vestes que te cobrem são como a casa onde habitas
Servem-te apenas como abrigo.

O que será de ti quando a tua imagem desaparecer?
Os mesmos tijolos que constituem tua moradia,
Um dia erguerão teu mausoléu,
Para que repouses realmente no fim.

Não refute a verdade,
Tampouco tente deturpá-la.
Ela é implacável e inalterável,
E as veredas que escolhemos no intuito de alterá-la,

Só encurta o caminho até ela.

Aforismo Nº I

Precisamos estar preparados espiritualmente para lidar com o sofrimento. Quando o homem tem a plenitude espiritual a sua vida encontra-se em paz e suas energias são abundantes, assim como as pétalas da bela rosa que acabou de brotar no campo. Porém quando o homem está fragilizado, seu espírito não tem em si o suficiente para sobressair-se às adversidades, e ele iguala-se à flor que no fim de sua vida tem as pétalas arrancadas até pela mais leve brisa.
 (Roberto Codax)

Sobre o autor

“Escrevo pela simples necessidade de sentir meus próprios sentimentos e ouvir meus pensamentos que vagam sem ressonância neste mundo de surdos. Eu escrevo pra tentar compreender a mim mesmo, não para responder questões às quais nunca saberei a resposta.(Roberto Codax)

Roberto Codax. Tecnologia do Blogger.